A Expedição do Rio Pará, ‘Esse Rio é Meu’, chegou ao seu terceiro dia e marcou presença no Parque Bariri, em Pará de Minas. Dentro das atividades propostas, a Roda de Conversa com autoridades da cidade, educadores ambientais, lideranças, gestores do grupo Águas de Pará de Minas, membros da Comissão Gestora Local (CGL) da bacia hidrográfica do Ribeirão Paciência e o CBH do Rio Pará se destacou.

Após dois dias de solenidades e ações de conscientização socioambiental, o terceiro dia da expedição foi de propostas e soluções de problemas que ocorrem ao longo do rio Pará e seus afluentes.

De início, uma Roda de Conversa foi proposta para que cada representante ali presente se apresentasse e manifestasse. Entre as pautas tratadas, esteve o Ribeirão Paciência e a sua escassez de água, já que em 2009 o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) emitiu a Declaração de Área de Conflito (DAC), instrumento empregado quando a porção hidrográfica é superior à quantidade de água superficial disponível.

Contudo, a disponibilidade da água na região melhorou após a Concessionária Águas de Minas assumir a gestão do recurso na região, como explica Márcia Freiberg, gerente de operações da Concessionária Águas de Minas. “Pará de Minas foi um município que sofreu muito com a falta d’água, ao longo dos anos, (…) e, desde que a concessionária assumiu o serviço, nós resolvemos o problema” explica Márcia ao se referir a estação de Captação de Água do Rio Pará. Além disso, a gerente comenta sobre a diminuição do índice de desperdício de água na cidade em relação ao país. 40% da água distribuída no Brasil é perdida em vazamentos e, em Pará de Minas, esse índice era de 38% em 2015. Após articulações e obras, o município possui a menor taxa em anos, 17% de perda, bem abaixo da média nacional. “A população paraminense tem que ter orgulho de ter alcançado índices tão satisfatórios” completou Márcia Freiberg.

Essa foi uma experiência amplamente discutida na Roda de Conversa, uma vez que, atualmente, a disponibilidade de água no Ribeirão Paciência está melhor do que na situação tratada em 2009.

Mas não são somente as obras que afetaram o abastecimento. A conscientização do fluxo da água tem sido apontada como ponto chave para a criação do sentimento de pertencimento e responsabilidade. A educadora ambiental, Sonia Mariquito Naime, comentou que a educação ambiental é um ponto crucial para que as pessoas se sintam pertencentes aos rios. “É preciso levar a cada cidadão a oportunidade de ele visualizar o segmento da água, pois são eles que estão lá nos leitos. Ao enxergarem esse caminho, eles vão ver a sua parcela de participação naquela preservação, até porque em algum momento o povo precisará beber daquela água que está nascendo, e em determinado caminho, ela estará tão poluída lá na frente, que infelizmente será impossível essa coleta” explicou Sônia.

Membro do CBH do Rio Pará e gerente da Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário do Município de Pará de Minas, André Rufino avalia que o momento tratado neste terceiro dia colabora para que todos possam entender as características do Rio Pará e seus desafios. “Estamos conhecendo as cidades e pessoas que vivem às margens do rio, então estamos discutindo aqui os prós e contras, aquilo que nós podemos colaborar para melhorar e o que estamos levando de exemplo” concluiu.

As exposições fotográficas ‘Conhecendo a calha urbana do Ribeirão Paciência’ e ‘Nossas Águas’ também foram apontadas como ações que ajudaram a construir a noção de pertencimento.

Confira mais fotos do terceiro dia de Expedição:

Prefeito reforça a importância de políticas públicas e metodologias para controle hídrico

Presente no evento, o prefeito de Pará de Minas, Elias Diniz, comentou a importância de reforçar políticas públicas frente a áreas como educação e ciência. “O que nós precisamos trabalhar são políticas públicas que vem ao encontro a uma conscientização global por parte da população. Um processo que envolve a educação regular, no qual as nossas matrizes curriculares precisam ter a sua pauta específica para trabalhar o meio ambiente e as nossas nascentes”.

O prefeito entende também que novas metodologias precisam ser criadas para equilibrar demanda e disponibilidade, de acordo com ele, “a concessionária fornece a água dentro das políticas públicas, e através da agência reguladora temos de ter metodologias de avaliação de controle da entrada e saída da água. Ao mesmo tempo, temos que controlar a vazão desse todo procedimento, dentro de uma distribuição igualitária que venha trazer resultados para o desenvolvimento de nossa c

Expedição ‘Esse Rio é Meu’ contínua até o próximo dia 19 de maio

Durante os dias 08 e 19 de maio de 2023, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará, junto a autoridades, lideranças e mobilizadores, promove a Expedição ‘Esse Rio é Meu’, a primeira nas águas deste importante afluente do Velho Chico. Com o objetivo de conhecer a realidade do território hidrográfico, a caravana percorre diversos municípios e pontos importantes do rio, a fim de mobilizar a sociedade e propor ações de revitalização.

A primeira semana da Expedição percorre os municípios de Resende Costa (nascente), dia 08 de maio, Itaguara, no dia 09, Pará de Minas, em 10 de maio, Carmo do Cajuru, no dia 11, e fecha em Divinópolis, no dia 12 de maio.

Em cada parada acontece uma programação específica que possa contribuir e reafirmar o comprometimento com as águas do rio. Apresentações artístico-culturais, solenidades, compromissos com o poder público, plantio de mudas, monitoramento e análise da qualidade da água, visitas técnicas guiadas, passeios de barco e roda de conversa com o povo Kaxixó fazem parte da programação.

Assessoria de Comunicação do CBH do Rio Pará:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: João Alves
*Fotos: João Alves e Leo Boi