Representantes dos CBHs dos Rios Pará e das Velhas avaliam participação no 2º Fórum Brasil das Águas

09/05/2025 - 17:57

Após participação no 2º Fórum Brasil das Águas, de 05 a 09 de maio, em João Pessoa (PB), os presidentes dos Comitês das Bacias Hidrográficas do Rio Pará, Túlio de Sá, e das Velhas, Poliana Valgas, avaliaram a experiência. Além de painéis, reuniões e debates, os representantes dos CBHs atuaram efetivamente em um estande integrado que contou com o engajamento do público durante todo o evento, principalmente no Quiz Ambiental.


O presidente do CBH do Rio Pará, Túlio de Sá, avaliou positivamente a experiência da participação dos três comitês mineiros no evento. Para ele, a atuação integrada tem demonstrado cada vez mais resultados significativos. “Essa integração realmente traz um resultado melhor. Acompanhando alguns painéis, a gente pôde ver que, falando de Minas Gerais como um todo, nosso estado está muito à frente dos demais em relação à questão da gestão de águas”, afirmou.

Túlio de Sá ressaltou a importância da união entre os comitês do Velhas, Pará e Paraopeba, iniciativa que, segundo ele, simboliza um avanço na forma de atuação integrada. “Essa ideia de juntar três comitês, de mostrar que a bacia precisa ser pensada de forma conjunta, e que os comitês devem trabalhar alinhados, tem se mostrado uma grande conquista”, declarou.

Embora reconheça que ainda há desafios, o presidente destacou que o esforço coletivo tem feito a diferença. “Ainda temos que corrigir muita coisa. Comparando com outros estados, conseguimos ver que realmente estamos à frente e temos conseguido trabalhar em conjunto para chegar a esse sucesso”, declarou o presidente.

A presidenta do CBH Rio das Velhas, Poliana Valgas, também avaliou como positiva a participação dos comitês mineiros no Fórum. Para ela, o evento contribuiu para ampliar o diálogo entre os diversos atores do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH) e chamou atenção para desafios urgentes, como os cortes orçamentários na Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

Durante a semana, representantes dos comitês participaram de painéis e reuniões técnicas. Um dos momentos mais relevantes, segundo Poliana, foi a reunião do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), na terça-feira (6), que tratou dos impactos da redução de mais de R$ 70 milhões no orçamento da ANA para 2025. “Isso preocupa diretamente os comitês federais, mas também atinge os estaduais”, alertou.

Durante o encontro, o CNRH aprovou uma moção recomendando a recomposição do orçamento da ANA. A proposta será enviada ao ministro-chefe da Casa Civil, ao presidente da Câmara dos Deputados e ao presidente do Senado Federal.

A moção também defende o repasse integral dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso da água e pela compensação financeira da geração de energia para os comitês e para a ANA, visando garantir a continuidade das ações previstas na Política Nacional de Recursos Hídricos.

Poliana Valgas destacou que a diminuição dos recursos pode comprometer ações essenciais para a segurança da população. “Esse corte gigantesco vai impactar diretamente em políticas públicas voltadas para a prevenção, como os alertas enviados a partir do monitoramento dos rios. São ferramentas fundamentais para que os gestores possam tomar decisões antes de uma inundação, por exemplo”, explicou.

Entre os debates promovidos no Fórum, Poliana Valgas destacou o painel sobre mudanças climáticas, resiliência e adaptação. Para ela, a abordagem é urgente, mas entra em contradição com as medidas recentes do governo federal. “Estamos aqui discutindo como tornar as cidades mais resilientes aos extremos climáticos, mas ao mesmo tempo lidamos com cortes drásticos no orçamento da ANA, que é um dos principais órgãos para enfrentar essas situações”, comentou a presidenta.

Ela defende ainda a ampliação da mobilização em torno do tema, com maior envolvimento de representantes políticos e da sociedade. “Precisamos sair do espaço cativo dos comitês de bacia. É hora de buscar o apoio de prefeitos, deputados, vereadores, senadores e governadores, para que o debate chegue ao governo federal”, disse. “Esses cortes afetam políticas públicas que, muitas vezes, garantem a segurança de vida da população”, ressaltou.

Poliana Valgas ressaltou que o Fórum Brasil das Águas promoveu espaços de diálogo entre diversos atores sociais, como comitês, órgãos gestores e representantes da sociedade civil. “Foi uma oportunidade de articulação direta com os órgãos estaduais e federais. Muitas vezes é difícil viabilizar essa agenda em Brasília. Esse espaço facilitou esse contato, esse networking, essa construção de pontes”, declarou.

A presidenta do CBH Velhas reforçou ainda a necessidade de considerar o papel dos afluentes do Rio São Francisco na gestão das águas. “Pensar no São Francisco sem pensar no Alto Velhas e nos seus afluentes é incoerente. Melhorar a qualidade e a quantidade de água nas bacias contribui diretamente para o Velho Chico e para toda a bacia hidrográfica”, concluiu.


Veja mais fotos do evento:


Presença estratégica do CBH do Rio Pará

A presença do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará no 2º Fórum Brasil das Águas foi avaliada como estratégica pelo presidente Túlio de Sá. Segundo ele, o evento contribuiu para ampliar a visibilidade do comitê, fortalecer sua articulação com outras bacias e estimular novas ideias para aplicação no território da bacia do Rio Pará. “Falando especificamente sobre a Bacia do Rio Pará, a gente pode ver que tem crescido, o Pará tem se tornado um comitê mais conhecido. A gente está acompanhando comitês maiores e também cresce junto, aprende junto. E isso, para o Pará, é muito importante”, ressaltou.

Segundo Túlio, o Fórum permitiu acesso a novas ideias, parcerias e referências que podem ser aplicadas à realidade da bacia. “Participando desses eventos, o Pará consegue desenvolver, ter ideias de ações para que a gente consiga implementar dentro da nossa bacia. Além de alternativas quando a gente fala da questão de busca de investimentos. A gente se senta, conversa com o pessoal, vê o que os outros estão utilizando para fazer com que seus projetos se desenvolvam”, explicou o presidente.

Ele também destacou a importância de diversificar as fontes de recursos, para além da cobrança pelo uso da água. “Agora, nós começamos a ver que não é somente o dinheiro da cobrança que vamos calcular para fazer um projeto. A gente consegue trazer parceiros e outras linhas que vão contribuir para isso”, disse.

Para Túlio de Sá, o evento também se destacou pelo conteúdo técnico e pela abordagem de temas estratégicos, como saneamento e mudanças climáticas. “Gostei muito da participação. Tiveram alguns painéis sobre a questão do saneamento básico no Brasil, que é importante a gente discutir e trazer para dentro dos comitês. Também teve a questão da resiliência e mudanças climáticas, que têm sido assuntos recorrentes nos eventos de recursos hídricos”, pontuou.

O presidente do CBH do Rio Pará destacou que o contato com outros representantes de comitês e órgãos gestores favorece o intercâmbio de ideias e a construção de soluções para os desafios enfrentados nas bacias: “Esse networking ajuda para que a gente consiga elaborar e criar mais ideias que possam ser trazidas para a bacia, de modo a garantir investimentos e melhorias”.

Segundo ele, a presença em eventos como o Fórum Brasil das Águas contribui para o amadurecimento da atuação dos comitês mineiros. “A gente consegue puxar, nesses painéis, essas informações. Acho que esse tema está no auge e trazer essa discussão é importante, até para o esclarecimento de alguns questionamentos e para ver se já tem alguém achando o caminho para as soluções”, completou Túlio de Sá.

Estande integrado e Quiz Ambiental

Com o objetivo de atrair e envolver o público de maneira leve e divertida, um Quiz Ambiental movimentou o estande integrado dos Comitês de Bacias Hidrográficas do Rio das Velhas, do Rio Pará e do Rio Paraopeba durante o evento. A ideia inicial dos idealizadores era realizar duas edições diárias do jogo interativo de perguntas e respostas.

No entanto, o sucesso foi tão grande que o Quiz encerrou sua programação com uma participação expressiva do público, especialmente nos dois últimos dias do evento. Segundo a monitora responsável pela aplicação do game, Thais Drumond, no último dia, mais de 15 rodadas chegaram a ser realizadas entre os turnos da manhã e da tarde.

Como parte da diversão, os participantes respondiam às perguntas relacionadas ao tema central do evento, usando adereços em formato de peixes na cabeça. A cada rodada, o participante que acertava mais respostas era premiado com um copo térmico personalizado com as logomarcas dos três CBHs que faziam parte do estande integrado.

A iniciativa buscou promover a conscientização ambiental e ampliar o conhecimento dos visitantes de forma lúdica e acessível. A dinâmica chamou a atenção principalmente de estudantes, que participaram ativamente das rodadas. “Foi uma experiência muito positiva. Os estudantes vinham em peso, aguardavam ansiosos pela próxima rodada. Tivemos um público bastante diversificado, o que foi muito enriquecedor”, completou Thais.

O presidente do CBH do Rio Pará, Túlio de Sá, também comentou sobre o engajamento do público nas atividades realizadas no estande. “Foi um dos estandes mais visitados. O Quiz teve uma participação muito expressiva, com perguntas sobre as três bacias e informações que apresentavam nossa gestão em cada uma delas”, comentou.

Túlio de Sá, avaliou a iniciativa como um passo importante para a atuação conjunta dos comitês mineiros. “A experiência do estande integrado foi muito boa, acho que conseguimos alcançar o que a gente esperava. É o primeiro estande conjunto. A nossa expectativa foi alcançada, o estande foi muito movimentado, toda hora que você chegava, o estande estava cheio”, comemorou.

Ele lembra que, entre o Quiz Ambiental foi um dos principais elementos de interesse do espaço, combinando informação e interação com o público visitante. “A questão do Quiz realmente trouxe um atrativo maior para o nosso estande, e, juntamente com a diversão, tem a questão também do aprendizado, porque os assuntos são voltados para as bacias”, explicou Túlio de Sá.

Para ele, a integração entre os comitês se consolidou como um modelo a ser replicado em outros eventos do setor. “Temos conversado muito sobre essa integração e vimos que, realmente, esse estande piloto que a gente fez no Fórum foi um sucesso e a gente espera dar continuidade em outros eventos e, talvez, para frente, trazer outros comitês, para que a gente consiga colocar os afluentes do Rio São Francisco todos no mesmo local”, concluiu.

Bate-papo sobre a participação no 2º Fórum Brasil das Águas

Na quinta-feira (8), último dia da programação fechada do 2º Fórum Brasil das Águas, a presidenta do CBH do Rio da Velhas, Poliana Valgas, e o presidente do CBH do Rio Pará, Túlio de Sá, realizaram um bate-papo sobre a participação no evento e as principais impressões, aprendizados e desafios dos comitês a partir dessa experiência. O momento foi registrado em vídeo e será publicado também no formato podcast.

Fórum Brasil das Águas

O 2º Fórum Brasil das Águas reuniu representantes do setor público, privado e da sociedade civil, para discutir temas relacionados à gestão da água no país. A programação incluiu painéis sobre segurança hídrica, mudanças climáticas e o papel dos comitês de bacia no cenário atual. Também foi realizado o XIII Encontro Estadual dos Comitês de Bacias Hidrográficas da Paraíba, além de reuniões de Conselhos de Recursos Hídricos, debates, apresentações e ações educativas.


Assessoria de Comunicação do CBH do Rio Pará:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juliana Brito
*Fotos: Euller Galdino

Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará

Compartilhe