O Programa Estratégico de Segurança Hídrica e Revitalização de Bacias Hidrográficas de Minas Gerais vai ter um papel importante em todas as regiões do estado, incluindo nos municípios da Bacia Hidrográfica do Rio Pará. A expectativa é que as ações ajudem a solucionar conflitos por água, bem como combater a degradação dos mananciais em locais estratégicos.
O Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) é o responsável por executar as ações do Programa Estratégico de Segurança Hídrica e Revitalização de Bacias Hidrográficas de Minas Gerais, batizado de “Somos Todos Água”, coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). A primeira fase do projeto consiste na elaboração do Plano Mineiro de Segurança Hídrica (PMSH), que deve durar 15 meses. Nesta etapa serão definidas as intervenções estratégicas para a promoção da garantia hídrica.
Na última terça-feira (09) aconteceu a primeira oficina do PMSH. O evento online contou com a participação de 400 pessoas, incluindo representantes de diferentes setores da sociedade, como sindicatos rurais, universidades e prefeituras, além de vários Comitês de Bacias Hidrográficas. O consórcio formado pelas empresas Engecorps e Profill foi contratado para elaborar o plano e apresentou os detalhes das estratégias a serem adotadas.
Beatriz Alves Ferreira, professora do campus da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) em Divinópolis, conselheira do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará e coordenadora da CTECOM (Câmara Técnica De Educação, Comunicação e Mobilização), acompanhou as discussões e explica ter ficado animada com o projeto. “Foi uma oportunidade ímpar de participação coletiva dos diversos segmentos da sociedade, como usuários de recursos hídricos, poder público e sociedade civil”, destaca.
As discussões envolveram três temas principais a serem trabalhados pelo PMSH: preservação de ecossistemas e da água em benefício das pessoas; garantia do suprimento de água as necessidades básicas da população e para as atividades econômicas e resiliência a eventos extremos de cheias ou estiagens. A equipe do consórcio explicou que o PMSH inclui sete produtos: Plano de Trabalho, Estudos e Levantamentos Diagnósticos, Mapeamento das áreas prioritárias para segurança hídrica, Banco de Projetos, Plano de Comunicação Social, Mobilização e Educação Ambiental, Oficinas Temáticas, Eventos e Reuniões e, finalmente, o Resumo Executivo do PMSH.
Durante a oficina foram apresentados detalhes sobre a situação de diferentes Bacias Hidrográficas do estado, como a taxa de antropização (modificações provocadas pelo homem no meio ambiente). A Bacia do Pará se encontra em uma situação ligeiramente melhor que as demais, com 84,1% de remanescente natural. Apesar disso, ainda enfrenta vários desafios a serem trabalhados pelo PMSH.
Nesta primeira fase, com o planejamento do Programa “Somos Todos Água”, a definição das locais prioritários vai subsidiar a escolha das ações a serem executadas futuramente. Na Bacia do Rio Pará, o Plano terá um papel importante para a recuperação e conservação dos recursos hídricos. “Além de propiciar a idealização de projetos e ações que, dentro das suas especificidades locais, possam atender as linhas determinadas pelo PMSH: conservação/preservação e recuperação de ecossistemas, garantia do suprimento da demanda hídrica para a população e cadeia produtiva e tomada de decisão em relação a eventos extremos relacionados ao clima (cheias e estiagem)”, finaliza a professora Beatriz.
Assessoria de Comunicação do CBH do Rio Pará:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Ricardo Miranda e Paulo Barcala
*Fotos: Fernando Piancastelli