Nesta segunda-feira (17), o município de Passa Tempo sediou a primeira oficina participativa do Projeto de Mapeamento de Navegabilidade do Rio Pará. Com ampla participação da comunidade, o encontro marcou o início de uma série de sete oficinas, promovendo debates sobre a navegabilidade do rio e a importância de ações estratégicas ao longo de seu curso.

Este primeiro encontro marcou o início das atividades da Semana Mundial da Água, celebrada em 22 de março, Dia Mundial da Água. Como parte da programação, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará (CBH do Rio Pará) promove uma série de oficinas em municípios estratégicos para apresentar o Projeto de Mapeamento de Navegabilidade e coletar informações e contribuições sobre o curso do rio.

Reginaldo dos Reis Pereira, morador de Passa Tempo e ribeirinho do Rio Pará, compartilhou durante a oficina a sua preocupação com a degradação do rio, que, segundo ele, passou de um corpo d’água saudável para uma área praticamente contaminada. “O que parece ser raso, na verdade, era muito mais profundo. A construção de barragens e o lixo jogado no rio afetaram profundamente sua saúde. No passado, o rio de Passa Tempo era muito mais limpo, e até ontem, conversando com alguns moradores, percebi que, apesar de algumas ações de limpeza, como a retirada de madeira, o curso da água ainda está obstruído”, afirmou.

O ribeirinho também recordou os tempos em que nadava no rio, quando sua mãe o alertava para a profundidade das águas, mas hoje, além de estar assoreado, o rio representa perigo de contaminação. “Hoje, é um risco enorme tentar entrar no rio, que está cheio de esgoto e pedras. A falta de conscientização é um problema sério, e a destruição causada pelo desmatamento e outras ações irresponsáveis pioraram ainda mais a situação”, afirmou.

A empresa Terra Brasil é a responsável por realizar o estudo e a série de oficinas ao longo da bacia. O Hidrólogo e fundador da empresa, Valter Luis Felzmann, expressou seu entusiasmo com o projeto, destacando a importância social da iniciativa. “Esse é um projeto muito legal que a Terra Brasil está realizando junto com a Agência Peixe Vivo (APV) e o CBH do Rio Pará. É, acima de tudo, um projeto social, e acho que é muito gratificante para a empresa poder colaborar com algo tão significativo”, afirmou.

Felzmann também ressaltou o engajamento da comunidade local: “Vimos hoje uma grande diversidade de pessoas, de várias profissões, todas preocupadas com o Rio Pará, assim como foi pontuado pelo Sr. Reginaldo. A gente espera que, com este projeto, possamos contribuir não apenas para a navegabilidade do rio, mas também para futuros projetos da APV e do CBH do Rio Pará”.

Além de Passa Tempo, os municípios de Itaguara e Cláudio receberam a oficina na terça-feira (18), seguidos por Divinópolis na quarta-feira (19), Conceição do Pará e Pitangui na quinta-feira (20), e Pompéu na sexta-feira (21).

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Passa Tempo

O município de Passa Tempo é o terceiro a ser cortado pelo Rio Pará. Localizado próximo à sua nascente, em Resende Costa, o território desempenha um papel estratégico na garantia da quantidade de água para o restante da bacia.

Compreendendo a importância do município para a garantia hídrica, o prefeito de Passa Tempo, Juscelino Rocha, destacou a importância do encontro. “Como um dos municípios afluentes, nossa preocupação é grande. Estamos abertos, juntamente com nossos colaboradores da área ambiental, para contribuir com a melhoria e os estudos que envolvem o nosso precioso Rio Pará”.

O projeto

O mapeamento percorrerá quase 300km do Rio Pará, desde Passa Tempo até a foz, próximo a Martinho Campos e Pompéu. O levantamento vai permitir identificar variações na profundidade e largura do rio ao longo do percurso, definindo possíveis interferências à navegação e determinando o tipo de embarcação mais adequado para circular por cada trecho.

Ao todo, serão investidos mais de R$ 568 mil no projeto de navegação. A partir dos dados obtidos, o Comitê pretende planejar as atividades que vão ser realizadas na bacia, incluindo as atividades da Semana Rio Pará e futuras expedições pelo curso d’água. O projeto é uma iniciativa do CBH do Rio Pará e conta com apoio da Agência Peixe Vivo (APV) e realização da Terra Brasil, empresa contratada pelo Comitê para executar o projeto.

Assessoria de Comunicação do CBH do Rio Pará:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: João Alves
*Foto: João Alves