O fim de semana foi de chuvas intensas em Minas Gerais. Córregos transbordaram, veículos foram arrastados, vários municípios da bacia do rio Pará ficaram alagados e moradores tiveram que abandonar suas casas. O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará (CBH do Rio Pará) alerta sobre os transtornos causados pelas chuvas na bacia e o risco de rompimento da barragem da Usina Carioca, em Pará de Minas.
Na noite deste domingo (09/01), a prefeitura de Pará de Minas emitiu um alerta máximo aos moradores sobre o risco de rompimento da barragem do Carioca que faz parte da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) da usina Santanense. Segundo o comunicado, moradores de Pará de Minas, Pitangui, Onça de Pitangui, São João de Cima, Casquilho de Baixo, Casquilho de Cima e Conceição do Pará devem sair imediatamente de suas casas por conta de “alto risco”, conforme recomendações da prefeitura e da Defesa Civil.
O presidente do CBH do Rio Pará, José Hermano Oliveira Franco, alertou que o principal impacto do rompimento será para os ribeirinhos. “Como o barramento é de água não causaria contaminação ao rio Pará. Quem sofrerá são os ribeirinhos que terão que deixar suas casas. Existem outros barramentos na bacia, como o dos Britos, na cidade de Igaratinga, e de Benfica, em Itaúna, que estamos buscando informações sobre a situação deles”, explicou.
O prefeito de Pará de Minas, Elias Diniz (PSD) falou em um vídeo no Instagram que o volume de água das chuvas fez com que a usina transbordasse. “O agravante é que ela também estava cheia de aguapé e sofreu uma sobrecarga em seu sistema. Todo o cuidado agora é pouco. Ela está desativada, não está girando. A população que fica abaixo da usina passa realmente por um momento delicadíssimo, pois o Rio São João transbordou”, destacou.
A Cemig informa que devido às elevadas afluências ao reservatório da PCH Cajuru (500 m³/s às 11h de 10/01/2022), com previsão de aumento de afluências ao longo do dia e da terça-feira (previsão de 630 m³/s de média diária na terça-feira), será necessário ampliar a defluência da usina, atualmente no patamar de 310 m³/s. As Defesas Civis municipais e o Corpo de Bombeiros de Divinópolis alertam a população próxima ao rio Pará na região a deixarem suas casas.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) entre a última sexta-feira (07) e a próxima quarta-feira (12) a previsão é de 240 mm de chuvas na região de Divinópolis. O valor representa todo o volume previsto para o mês de janeiro. Para esta segunda a previsão é 45 mm; 35 mm para terça (11); e 25 mm para quarta (12). A prefeitura declarou situação de emergência, após contabilizar os prejuízos causados pelas chuvas.
José Hermano esclareceu que os alagamentos na bacia do Pará são rotina como na maioria das cidades brasileiras. “Em geral, os municípios seguiram um modelo de urbanização que só agrava o problema dos alagamentos. É preciso conhecer as áreas de inundações para evitar ocupações de risco. E onde o problema já existe a gestão municipal precisa criar soluções para evitar prejuízos que envolvem inundações e alagamentos, visto que as mudanças climáticas tendem a agravar os temporais como os que ocorreram nos últimos dias”, esclareceu.
O abastecimento de água e contaminações são outros pontos de alerta em decorrência das chuvas destacados pelo presidente do CBH do Rio Pará. “Em períodos de chuvas e inundações de rios e córregos, as doenças causadas por enchentes são motivos de grandes preocupações. Todo o cuidado é pouco neste momento para evitar surto de doenças”, finalizou.
Assessoria de Comunicação CBH Rio Pará:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Luiza Baggio
Foto: Divulgação – Prefeitura de Pará de Minas