
Na última segunda-feira (13) o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará (CBH do Rio Pará) realizou uma reunião na sede do assentamento Antônio Veloso, em Pompéu, no Baixo Rio Pará, para marcar o início oficial do Programa de Conservação Ambiental e Produção de Água na microbacia do Ribeirão Pari. Ao todo, vão ser investidos cerca de R$ 3,7 milhões em obras na região.
A reunião contou com a presença de representantes da prefeitura de Pompéu, do CBH do Rio Pará, da Agrinatus Engenharia, empresa responsável pela realização das obras, e do consórcio Centro-Oeste, que vai monitorar e fiscalizar a execução do contrato. Foram apresentados detalhes do programa e das intervenções que vão ser implementadas na microbacia do Pari.
De acordo com a empresa responsável pela execução das obras, a previsão é que os operários deem início à mobilização social ao levantamento topográfico da região nos próximos dias. O programa prevê a adequação de estradas rurais, construção de sarjetas, lombadas e barraginhas, além de terraceamento, cercamento e instalação de bebedouros para o gado. Também vão ser construídas fossas agroecológicas.
“Todas as intervenções tem em comum o objetivo de melhorar a oferta de água em quantidade e qualidade, através de soluções individuais para cada propriedade beneficiada, implantando ainda estratégias de saneamento básico rural. Também vamos ter ações voltadas para a educação ambiental, porque a melhor forma de conseguirmos que as ações alcancem os resultados esperados é conseguindo que a comunidade se envolva nas ações, entendendo a importância disso para o futuro”, destacou Fernando Alan Martins, engenheiro agrônomo da Agrinatus e responsável técnico pelas obras.
Por ser uma região bastante extensa, a microbacia do Pari foi dividida em dois lotes. No primeiro, o Programa de Conservação Ambiental e Produção de Água do CBH do Rio Pará vai beneficiar 47 propriedades rurais. “Escolhemos esta região conhecida como Pompéu Velho por ser uma área que historicamente convive com a escassez hídrica. Sabemos que os desafios são grandes, mas acreditamos que com as práticas conservacionistas e a tecnologia à serviço da população, através das obras executadas pelo Comitê, vamos conseguir mudar a realidade das famílias que vivem por aqui”, afirmou Alexandre Gonzaga, secretário de agronegócios da Prefeitura de Pompéu.
A previsão é que a etapa de execução das obras seja concluída em 12 meses. Em seguida, vai haver um período de monitoramento e conservação das execuções implementadas. O Consórcio Centro-Oeste vai fiscalizar o andamento do programa. “A nossa função é acompanhar as obras, monitorar o cumprimento dos prazos para verificar se está sendo executado tudo o que é previsto no contrato, garantindo que os recursos financeiros sejam aplicados de forma correta para atingir o objetivo, que é melhorar a realidade ambiental da região”, explicou Ana Carolina Alves Santana, fiscal do contrato no Consórcio Centro-Oeste.
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Transformação da bacia
O Programa de Conservação Ambiental e Produção de Água do CBH do Rio Pará financia a execução de obras em diferentes localidades da bacia, com o objetivo de preservar recursos hídricos e garantir água em qualidade e quantidade suficiente para as próximas gerações. Na microbacia dos Custódios, em Cláudio, no Alto Pará, foram investidos mais de R$ 5 milhões nas intervenções. Já na microbacia do Sapé, em Carmo do Cajuru, no Médio Pará, o investimento chegou a quase R$ 1,8 milhões. Nas duas cidades as obras já foram concluídas.
Em Pompéu, o CBH do Rio Pará já realizou a etapa de levantamentos técnicos e elaboração de projetos individuais para cada uma das propriedades beneficiadas pelo programa. “Todas as famílias estão bastante animadas e ansiosas para as obras finalmente começarem. Moramos aqui há muitos anos e com o passar do tempo testemunhamos o quanto o nível dos nossos córregos baixou. Alguns poços artesianos secaram e hoje algumas casas dependem de caminhões pipa que a prefeitura fornece. O cultivo de cana de açúcar e eucalipto cresceu na região e isso afetou nossa disponibilidade de água. Com as obras do Comitê, nossa esperança é de que no futuro a realidade seja outra”, contou Maria Eliene Caetano, presidente da associação de moradores.
Todas as obras do Programa de Conservação Ambiental e Produção de Água são custeadas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará, a partir dos valores arrecadados pela Cobrança pelo uso dos recursos hídricos. “Este é um momento de muita felicidade, porque sonhamos bastante com o início dessas obras e fico satisfeito ao ver que isso enfim vai acontecer. E é importante que as pessoas entendam este é um exemplo de aplicação dos valores pagos pelo uso da água. A Cobrança é revertida em ações de preservação ambiental que beneficiam toda a bacia, não apenas quem está pagando”, explicou Breno Henrique, engenheiro ambiental representante do Sindicato dos Produtores Rurais de Pompéu.
Durante a reunião na sede do assentamento Antônio Veloso, em Pompéu, o CBH do Rio Pará explicou aos moradores que o objetivo é dar início às obras no lote 2 da microbacia do Pari logo após a conclusão da primeira etapa. “O Programa traz benefícios imensos para a bacia do Rio Pará como um todo. Aqui próximo à foz temos desafios importantes, sobretudo em relação à disponibilidade hídrica em algumas regiões. E as ações foram planejadas justamente para mudar essa realidade, garantindo que as próximas gerações tenham água em quantidade e qualidade. E vamos seguir avançando para transformar a conservação ambiental ao longo do Rio Pará”, finalizou Larissa dos Reis Maciel, diretora de meio ambiente da prefeitura de Pompéu e secretária-adjunta do CBH do Rio Pará.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Henrique Ribeiro
*Fotos: Helenir Gaipo